O passado dia 25 de Abril, o júri do certame aRi[t]mar da EOI de Santiago de Compostela concedeu o Prémio especial do jurado ‘Embaixada da Amizade galego-lusófona’. A decisão chega para reconhecer o extenso labor da cantora galega que “com o seu trabalho leva aberto novos e múltiplos caminhos na restauração das pontes dos afeitos e do reconhecimento mutuo entre a Galiza e a Lusofonia, com um trabalho permanente de reinserção da cultura galega nesse seu verdadeiro espaço natural”. O PGL conversa com a artista sobre este prémio, dias antes de esta começar uma digressão no Brasil.

Quais foram as sensações ao receber o prémio?

Não tenho muitas palavras porque é algo que faço com gosto que levo a fazer toda a vida inteira, tentar abrir caminhos para a nossa cultura nos territórios da Lusofonia, quer através de Cantos na Maré quer através do meu trabalho e relação social. É uma satisfação, é a sensação do dever cumprido, ainda que haja muito por fazer… São anos a fazer isto e não só eu, mas também a minha equipa de trabalho… mas na realidade não é algo que eu faça de jeito estratégico, sai-me do coração, eu sinto-me na casa em Portugal, em Cabo Verde, em Guiné Bissau, no Brasil… Tenho família em cada um desses lugares, e tento estabelecer relações que vaiam além do profissional. Depois tento que as pessoas venham à Galiza como a um útero materno de onde nasce também a língua. Como dizemos nos Cantos na Maré, são vozes que saíram desse porto galego-português e voltam agora à casa.